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14 de abril: Dia Mundial do Café

Saiba mais sobre a bebida com a especialista Amanda Capucho, CEO do Orfeu Cafés Especiais











Crédito: Sérgio Coimbra

O dia 14 de abril é o Dia Mundial do Café, uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo, em especial pelos brasileiros. O Brasil possui uma relação antiga com este grão, sendo o maior produtor e o segundo maior consumidor do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Para entendermos melhor este universo, entrevistamos Amanda Capucho, CEO do Orfeu Cafés Especiais, o café brasileiro mais premiado no mundo e classificado como Categoria Especial, a mais alta categoria de cafés com critério definido pela SCA – Specialty Coffee Association. Amanda nos falou do mercado do café no Brasil, do comportamento dos consumidores e das novidades que podem ser aguardadas pelos apreciadores desta deliciosa bebida.


Como começou a história do Orfeu Cafés Especiais?
Amanda Capucho - Orfeu nasceu da paixão de uma família por cafés. Há 20 anos, eles compraram nossas primeiras fazendas ao Sul de Minas, mais para lazer, e trouxeram um dos melhores agrônomos do mercado, o José Renato G. Dias, que está conosco até hoje como diretor das fazendas. Há aproximadamente 10 anos, quando conseguimos juntar a qualidade, com produtividade e credibilidade, lançamos Orfeu, com a missão de levar para o brasileiro os melhores cafés das nossas fazendas.

Quais as estratégias e planos do Café Orfeu?
Amanda Capucho - Há mais ou menos dois anos, decidimos relançar e alavancar o negócio de Orfeu devido a este momento  super favorável de reconexão do brasileiro com o que nós produzimos, valorização do que é nosso e não só do que é importado, busca por conhecimento das origens e produtores (farm to table). Vemos este movimento com queijos como por exemplo o Canastra, cervejas artesanais e até vinhos brasileiros, cada vez mais valorizados.

Como você avalia o mercado do café no Brasil?
Amanda Capucho - O Brasil é o maior produtor de café e o segundo maior consumidor do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Em volume, estamos muito próximos do primeiro colocado, mas em valor, estamos bem abaixo pois o brasileiro, em geral, tem o hábito de consumir cafés de categoria Tradicional, que tem menor qualidade e valor agregado. Infelizmente, nosso agronegócio teve sempre a característica de exportar o que o Brasil produzia de melhor e, com isso, os cafés que ficaram e se consolidaram no país são os de qualidade inferior, com muito café do tipo Canephora (robusta e conillon) em sua composição, amargor elevado e torra muito intensa para esconder os defeitos do café, que acabou sendo classificado como “o café forte” que o brasileiro toma.

Nos últimos 5-10 anos isso vem mudando e, como consequência, o brasileiro está melhorando seu paladar e sua demanda por cafés de qualidade mais alta. Isso decorreu do fortalecimento de grandes marcas internacionais de café que exportam seus cafés torrados e embalados para o Brasil, somado ao crescimento de sistemas de cápsulas/monodose e o surgimento de redes de cafeterias que prezam por qualidade e consistência.


Acreditamos que a credibilidade e profissionalismo do Le Cordon Bleu ajudarão a ensinar o consumidor brasileiro a valorizar ainda mais o trabalho dos cozinheiros, chefs e todos aqueles que trabalham com a gastronomia.

Qual o diferença entre os consumidores brasileiros e os de outros países?
Amanda Capucho - Por incrível que pareça, os estrangeiros valorizam mais o café brasileiro do que nós mesmos. Como exportamos o que temos de melhor, países como Japão, França, Estados Unidos e países nórdicos compram e gostam muito dos nossos cafés. O hábito de como tomar café também varia muito de país para país. Os países mais frios, por exemplo, têm o hábito de sempre adicionar leite, diferente dos brasileiros, que fazem isso muito esporadicamente. Países muito quentes como a Grécia, por exemplo, tomam bastante café gelado, que ainda não é muito consumido por aqui.



O café Orfeu é produzido em uma fazendo no Sul de Minas e classificado como Categoria Especial, obedecendo a diversos critérios, como zero defeitos nos grãos, pontuação em análise sensorial acima de 80 pontos em uma escala de 0 a 100, respeito a diversos critérios sócio-ambientais e rastreabilidade desde a origem com descrição exata da variedade de café, região onde foi plantado, altitude, etc. 


Quais as mudanças de comportamento do consumidor brasileiro que você tem notado?

Amanda Capucho - Com a chegada das cafeterias de “3ª onda” por aqui, começamos a ver em centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte pequenos estabelecimentos que buscam os melhores cafés produzidos no Brasil e tem o propósito de ensinar, divulgar e levar o consumo de cafés da Categoria Especial, que é a mais alta classificação em qualidade de cafés, para os brasileiros. Com isso, aqueles que estavam acostumados a tomar cafés da Categoria Tradicional, extremamente torrados e com amargor elevado, começam a descobrir os sabores e aromas complexos de alguns dos melhores cafés do mundo.

O que podemos destacar de novidades e inovação no consumo do café?
Amanda Capucho - Existem muitas novidades. Por exemplo, temos lançado 2-3 vezes ao ano microlotes de cafés para explicar para o consumidor como as diferentes variedades mudam a bebida. É muito similar ao vinho que todos conhecem: uma uva Cabernet é muito diferente de um Merlot ou um Primitivo. No café é igual: um Bourbon Amarelo é muito diferente de um Japy, nosso mais recente lançamento.

Outro exemplo de novidade são os diferentes métodos de preparo de café, que extraem do mesmo grão de café uma bebida totalmente diferente se preparada em diferentes métodos. Como por exemplo, em um Hario V60 ou uma Prensa Francesa ou em um Globinho. O fortalecimento destes rituais e a volta do slow food também vem ajudado a conquistar novos adeptos para o mundo dos Cafés Especiais.


Como você enxerga a vinda do Le Cordon Bleu para o Brasil? Que impactos poderá trazer para a gastronomia no país?
Amanda Capucho - Enxergamos de forma muito positiva a vinda do Le Condon Bleu para o país. Acreditamos que a excelência na gastronomia se deve a bons ingredientes e bons profissionais e a vinda de uma instituição de prestígio internacional para o Brasil é a confirmação do potencial de desenvolvimento de novos talentos na gastronomia brasileira. Além disso, acreditamos que a credibilidade e profissionalismo do Le Cordon Bleu ajudarão a ensinar o consumidor brasileiro a valorizar ainda mais o trabalho dos cozinheiros, chefs e todos aqueles que trabalham com a gastronomia.

O café é geralmente a última etapa da refeição e o sabor final que a pessoa leva para casa, e ele precisa ser valorizado e cuidado com tanto carinho quanto é feito com cada um dos pratos preparados pelos chefs. Vemos com ótimos olhos a possibilidade da instituição nos ajudar a explicar o verdadeiro valor de um café especial, levar as histórias e detalhes desde a origem do grão até a xícara.

Saiba mais sobre o Orfeu Cafés Especiais: www.site.cafeorfeu.com.br

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